quarta-feira, 5 de novembro de 2008

[Vícios de um mundo vicioso]

Somos o topo da cadeia alimentar. E isso foi sendo conquistado ao longo de milhões de anos. Entretanto, como todos os animais, temos 3 necessidades básicas: comer, dormir e fazer sexo. Sem isso o ser humano não vive, afinal, estes são os hábitos mais primitivos de uma raça que se diz evoluída.

Claro que essa constatação é um pouco relativa visto de outro ponto de vista. Cada um tem a sua opinião. Voltando ao ponto principal, com o passar do tempo, o homem foi aprendendo a abdicar de alguma dessas necessidades quando se fez preciso, assim como adquiriu outras. Cada ser humano, a seu modo, incorporou uma atividade, um aparelho tecnológico ou até mesmo uma acessório como sendo de necessidade básica. Jogar e assistir futebol aos domingos, hoje em dia, virou uma necessidade básica na vida do homem. Carregar uma bolsa imensa levando a casa dentro, virou uma necessidade para a mulher. Ter um celular, um computador, um microondas e até mesmo uma televisão virou necessidade básica.

Falando em Televisão... ela vem se modernizando cada dia mais. Daqui a pouco, aquela caixona pretaque hoje virou caixinha, cada dia maior e mais fina, estará mais moderna que o mundo. Eu já vi uma TV que é da densidade e do tamanho de uma folha de papel. Sem contar que hoje em dia, tudo que é falado através da TVé lei. Se um médico aparece em um programa dizendo que comer beterraba com morando e coração de galinha faz bem pro pâncreas, então no dia seguinte as pessoas estão loucas no mercando comprando quilos e quilos dessas coisas. Se aparece alguém na TV com o cabelo verde com mechas laranjas, no dia seguinte todos estão no salão de beleza fazendo igual. Claro que estou generalizando, e sendo um pouco sarcástica também. Afinal, a televisão ditou uma moda que não cai bem com o meu corpinho fora de forma. Eu não sou loira de olhos azuis e tenho muito orgulho disso. Gosto de ser diferente, fora dos padrões.

Resumindo: a TV nos viciou num tipo de mundo que só existe dentro daquela caixinha preta! Quando eu saio na rua, eu não vejo modelos maravilhosas desfilando em ruas de paralelepípedo em cima de um salto 15. O que eu vejo são pessoas normais, lindas, que são do jeito que são. Isso sem contar na programação repetitiva, nos noticiários cansativos [com a Fátima Bernardes com a mesma cara de paisagem e o Boris CAsoi sem a dentadura dele], as novelas da Globo sempre com as mesmas histórias e as da Record sem sentido algum. O mais triste disso tudo é que as pessoas, conformistas como são, aceitam tudo que é passado na televisão!

E como dizia o poeta Anitelli: "Enquanto pessoas perguntam porquê,
Outras pessoas perguntam porque não
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto
Ter acesso é poder e o poder é a informação.
Qualquer palavra satisfaz a garota e o rapaz
E a paz, quem traz, tanto faz
O valor é temporário, o amor é imaginário
A festa e o perjúrio
O minuto de silêncio
É o minuto reservado de murmúrio
De anestesia
O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia
Com a narrativa
A vida ingrata de quem acha que é notícia
De quem acha que é momento
Na tua tela
Quer ensinar uma nação que não tem ovo na panela
Que não tem gesto
Quem tem medo assimila
Toda forma de expressão como protesto!

[Xanéu n°5 - O Teatro Mágico]

7 comentários:

NA VIDA DA GABI disse...

Só pra dizer que tenho visitado, mas com preguiça imensa de comentar...rsrsrs... o blog ta bem bão... Bjs gata!

Rounds disse...

Olá,

linkei seu blog lá no on the rocks.

obrigado pela visita.

bj

R@mon_Vitor disse...

Noooooooooooooooooooooossa.
*_* Gostei.

Verdadeiro.

Tou aqui pra agradecer pela visita e pelos elogios.

E como você:
A nívl de informação, Xaneu é um dos meus poemas preferidos do Teatro mágico...
Na verdade, todos os poemas do TM são meus preferidos. uahauhaua

Até logo.
Bjs.

Anônimo disse...

É, mas às vezes penso que é fácil se libertar sem bancar o politicamente correto.

Beijos, guria :*

Tabata Rodrigues disse...

Ahhh nem me fale, por anos pensei que era a criatura mais estranha do mundo, visto que na escola que estudavamos, o que ditava a moda era a televisão, depois que parei de ver, sim parei de ver, televisão. descobri que nem eh tão ruim ser morena, de cabelos cacheados e um tanto quanto acima do peso shaushau, minha bolsa.. ah dai já eh mais dificil pq saio as 6 da manha de casa e soh volto às 00 dai fica relativamente dificil não levar a CASA dentro dela.. agora mais ainda se eh que me entende shausha.

Mais ficou muitissimo bom o texto, Bjkasssssssssssss

João Gabriel Rodrigues disse...

Olá. Primeiramente, discordo do começo do texto. "Fazer sexo" não é imprescindível na vida humana. O sexo é só uma forma de amor. Amor sim é imprescindível.

Algumas das "necessidades" do segundo parágrafo foram criadas pelo homem pela simples lei da Inércia. Todavia, para a transformação que o mundo precisa, essas "necessidades" precisam ser deixadas de lado. A felicidade não está no consumo.

E a televisão realmente nos viciou num mundo ideal que só existe dentro daquela caixinha preta. Filosoficamente falando, o homem se tornou o lobo do próprio homem. Estamos presos em um mundo platônico, que o é justamente porque somos viciados em um mundo não palpável. E isso é lastimável para quem ainda acredita em um mundo melhor.

P.S.: Eu ainda prefiro acreditar na esperança a acreditar no medo. Contudo, com tudo o que vejo ao meu redor, acho que estou mesmo é observando a boiada passar de cima do muro.

João Gabriel Rodrigues disse...

Ah... Quase me esqueço. Obrigado pela visita. Continue visitando o Cálice.

Vou adicionar seu link aos favoritos.

Obrigado.